quinta-feira, 28 de abril de 2011

Mais uma de amor

Com o casamento real se aproximando, o tal do tema casório volta à tona. É um casamento de conto de fadas, com rainha e príncipes de verdade e todos os ingredientes dignos do mais lindo "felizes para sempre".

Tenho várias amigas e irmã e primas que se casaram recentemente e não tenho absolutamente nada contra casamentos. Acho lindo e em todos esses casamentos os noivos pareciam realmente apaixonados, com boas perspectivas de escreverem não só finais, mas também histórias inteiras de vida em comum feliz de verdade.
Por outro lado, vejo amigas solteiras, sem namorado e sem perspectivas concretas de receberem um anelzinho de "para sempre", pelo menos no curto prazo. Minha irmã é especialista no assunto e escreve de um jeito muito leve sobre as desventuras e angústias dessas tais "sem perspectivas", que ela chama de "bonitonas encalhadas".

Bem, depois que minha irmã se casou, ouvi gente dizendo por aí que herdei o cargo, que eu seria agora a própria "bonitona encalhada". O que acho engraçado é que estou quase chegando aos 27, não tenho namorado e talvez eu devesse estar começando mesmo a me preocupar. Mas, bem sinceramente, esse tipo de preocupação anda longe dos meus pensamentos. E, vendo algumas amigas tão angustiadas, comecei a me questionar  o porquê desse meu "desleixo", apesar de ter certeza absoluta de que continuo tão romântica quanto sempre fui. 

Pra mim, o que parece que as pessoas não vêem é que, por mais que um amor pra vida toda seja muito bom e muito lindo, não é a única possibilidade para ser feliz. Os amores não eternos também são gostosos e especiais. Têm um sabor diferente e também podem preencher vazios. São amores de momento, é verdade, mas o que é a vida da gente, se não a junção de vários momentos? São amores de momento E de verdade.

Acho que quando as pessoas lêem o poema de Vinícius, se prendem ao "que seja infinito enquanto dure" porque sempre pensam só nos amores do presente, mas se esquecem do "que eu possa lhe dizer do amor (que tive)", que remete exatamente ao preenchimento que os amores vividos, mesmo que não tenham durado para sempre, proporcionam.

Amores passados também dão a sensação de vida bem vivida e enchem nossa memória de boas lembranças.

Amores não eternos são como sorvete. São saborosos, mas não dá pra guardar, se não derrete sem que a gente consiga experimentar. E se a gente deixa no congelador tempo demais, vence, perde a cremosidade, aquela textura gostosa de sorvete novo. Esses amores têm que ser consumidos no tempo certo, e melhor ainda se der pra se lambuzar. Quando acabar, acabou, deixa gosto de queria mais. Ou não. A gente pode simplesmente ficar com vontade de provar outro sabor.
Fico triste quando as pessoas acham que não vale, que não era de verdade só porque não durou pra sempre. E amores passados não precisam virar inimigos, não precisamos manter sempre longe, como se fossem venenos. Se bem resolvidos, esses amores podem virar amizades verdadeiras e leais e a gente pode acabar extraindo muito das pessoas que acabaram nos conhecendo profundamente, quando nos dispusemos a nos entregar a elas inteiramente. Esses amores podem inclusive nos ajudar a descobrir faces de nós que, sozinhos, não conseguiríamos ver e, se não é um amor só, as faces que descobrimos são múltiplas e riquíssimas.

Ou seja, viver muitos amores (cada um em seu tempo, que fique bem claro) é uma forma de se descobrir e descobrir várias maneiras de inclusive ser feliz sem um amor pra vida inteira.

Desejo que William e Kate sejam realmente tão felizes quanto uma história de uma princesa e um príncipe promete. Mas, pra quem não encontrou um grande amor, o meu desejo é que descubra, assim como eu, que também é possível ser muito feliz sem se casar, porque uma vida sem um marido, é muito diferente de uma vida sem amor.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Muda nada...

E lendo a descrição que faço de mim mesma, me surpreendo com a minha cara de pau em achar que sou uma "metamorfose ambulante". Porque o mundo gira, gira, gira, o tempo passa, as coisas mudam e eu vejo que continuo a mesma apaixonada de sempre.

Apaixonada sim, não só por alguém, mas pela vida, pela vontade eterna de me reinventar de tentar descobrir novos caminhos. Sou uma eterna inconformada, uma indignada, uma bomba sempre prestes a explodir, seja de amor ou de raiva, o que importa pra mim é que a vida seja sempre emoção!

É a emoção de sentir o ventinho no rosto, é ter uma cabeça que não pára um segundo, e um coração que sempre me faz lembrar que eu tenho coração, porque ta sempre sentindo alguma coisa. 

E é esse mesmo coração que me faz ser às vezes chorona demais, ou risonha demais, ou bravinha demais ou qualquer coisa demais. Sim, eu não sou meio nada. Eu sou sempre inteiro qualquer coisa. E gosto é assim mesmo. Pronto!

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Enfim: uma desculpa!

Eis que, na minha entretida leitura de Rubem Alves, me deparo com a desculpa perfeita para a falta de inspiração que às vezes deixa o Blog por dias e dias sem novos posts:

"As nossas experiências verdadeiras não são tagarelas. Elas não poderiam se comunicar, mesmo que quisessem. Isto é, faltam-lhes a palavra. Tudo aquilo para que temos palavras é porque já fomos além. Em toda fala há uma pitada de desprezo. Parece que a linguagem foi inventada apenas para aquilo que é médio, comunicável."

Ufa! Posso dormir mais feliz...

domingo, 10 de abril de 2011

Silêncio

Desliguei a música. Quero ouvir um pouco de silêncio.

sábado, 9 de abril de 2011

Tempestade

"Já observaram os urubus - como eles voam em meio à ventania?  Eles nem batem as asas. Apenas deixam-se levar, flutuam." 
(Rubem Alves, em Variações sobre o Prazer)