terça-feira, 29 de junho de 2010

Vento

Ou talvez eu seja como o vento:

"O vento morria de tédio
Porque apenas gostava de cantar
Mas não tinha letra alguma para a sua própria voz,
Cada vez mais vazia"
Mário Quintana


Pelo menos é mais poético...
Acho que eu sou meio sem assunto!

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Voltando ao menos e mais

Às vezes eu tento escrever um post e não sei como terminar. Procuro, procuro um final e não consigo encontrar. Aí deixo lá parado e depois de um tempo eu leio de novo. Descubro que o fim já tinha chegado.

Agora me pergunto:

Será que dia vou aprender que falando menos dizemos mais?

Crescendo...

O filho adolescente de uma amiga minha estava com um problema no joelho. Sentia muita dor na perna, mas não sabia o que era. Como uma boa mãe, ela levou o filho ao médico e descobriu que ele estava com a "doença do crescimento". Cresceu rápido demais, a cartilagem atrapalhou a irrigação de sangue na região e aí, veio a dor.

O remédio é ficar em repouso. Tem que esperar passar. Pode até tomar um analgésico pra aliviar. Mas a cura mesmo, só vem com o tempo.

Eu nunca tinha ouvido falar nessa tal "doença do crescimento", até porque, como eu não cresci tanto assim, acho que esse mal não deveria me ser familiar mesmo.  Só que ultimamente, venho pensando se não seria uma variação da tal "doença do crescimento" uma dorzinha que às vezes dá dentro da gente. É uma dorzinha intensa e aguda que parece que dá na alma e comprime o coração.

Deve ser sinal que a gente está crescendo por dentro. Talvez rápido demais...

Acho que o remédio deve ser parecido. Ir vivendo com mais calma e deixar o tempo fazer a sua parte...

terça-feira, 8 de junho de 2010

Vovô Mauro!

Meu avô Mauro é a pessoa mais docemente rabugenta que eu conheço. Ele não gosta que a gente pergunte se ele está bem porque, menina, gente velha nunca está bem. Está sempre cheia de dor aqui e acolá e se disser que está bem, eu já lhe conto um segredo, além de velha é uma pessoa pra lá de mentirosa.

Meu Vô não pega na mão de homem. Sabe como é, né, sei lá por onde essa mão já passou. Se eu pegar na mão de um homem vou ter que pegar na mão de no mínimo dez mulheres para compensar.

Também não gosta muito de comemorar aniversário. Ah, pra quê essa algazarra toda, uma barulheira, uma confusão, sem motivo...

Só que o Vovô Mauro não perde o aniversário da gente. Sábado ele podia estar cansado, com fome e com frio, mas ele estava lá. O almoço demorou a sair, mas ele se contentou com os tira-gostos e, mesmo precisando de um cobertor nas costas, ficou firme marcando presença.

Uma vez, ele me disse assim: Filho a gente educa, neto a gente mima. Já eduquei seu pai, agora chegou minha vez de mimar!

E quando a gente ia passar férias na praia com ele, o Vovô Mauro deixava a gente comer pastel frito no café-da-manhã. E por a gente fazer muito barulho à tarde na casa sem forro, perto do quarto onde ele tirava a soneca de depois do almoço, ele acabou construindo um quarto pra ele do lado de fora e deixou a casa pra gente brincar. Podia fazer cabaninha no quintal e, quando meu primo subiu em uma árvore que eu não conseguia acompanhar, ele arrumou os toquinhos de madeira e pregou no tronco da árvore, pra me ajudar a escalar.

Quando minha casa estava pintando e eu passei uma semana na casa dele, ele me dava o pão com manteiga de manhã, fazia um café com leite bem gostoso e me levava pro carro, onde ligava o ar quentinho, pra eu não sentir frio até o meu pai chegar pra me buscar.

E foi ele mesmo que me ensinou uma das coisas mais importantes que já aprendi na vida até hoje, quando chegou rindo de uma frase que tinha lido num pára-choque de caminhão: "Falar de mim é fácil, difícil é ser eu!". Depois  que todo mundo riu, ele ficou bem sério levantou o dedo e disse : "Isso é uma das maiores verdades que eu já li."

Mais importante ainda, foi com ele que eu aprendi e reaprendo, a cada dia, que não importam as palavras, são as atitudes que mostram quem realmente somos.
E é por essas e outras que depois de fazer a lista de algumas das coisas que já aprendi, eu resolvi escrever tudo isso, só pra agradecer ao vovô Mauro todas as coisas que ele me ensinou!


 

Coisas que já aprendi aos 26

- A distância faz a gente valorizar um monte de coisa

- A gente sempre pode escolher se vai ficar triste ou se vai ficar feliz

- Mulher é mais complicada do que homem MESMO!

- É muito importante saber o que a gente gosta

- "Falar de mim é fácil, difícil é ser eu!"

- Embora pra fazer um samba com beleza seja preciso um bocado de tristeza, não há tristeza que não se acabe em um bom samba

- Família é a coisa mais gostosa do mundo

- Na vida a coisa mais feia é gente que vive chorando de barriga cheia

- Eu tenho TPM siiiiiiiiimmmmmm!!!!

- É interessante experimentar coisas novas
- Falar baixo sempre faz mais efeito que falar alto, mas nem sempre é fácil manter o tom, quando a gente está muito brava

- Só conhecemos mesmo uma pessoa depois de viajar com ela

- Escolhas podem gerar dúvidas, mas a angústia diminui depois da escolha feita

- Se já escolheu, o melhor é olhar pra frente e seguir firme

- Em momentos inesperados a gente pode fazer os melhores amigos da vida toda

- Crescer pode doer um pouco

- Todo mundo pode nos surpreender, inclusive nós mesmos

- Desejar o mal dos outros só faz mal é pra gente mesma

- As melhores coisas acontecem quando a gente não espera por elas, e são as melhores exatamente porque a gente não espera por elas

- Opinião demais às vezes só atrapalha. Tem hora que a gente tem que fazer o que tem que ser feito
- A gente só é respeitada se respeitamos nós mesmas

- Não tem problema mudar de opinião

- SKYPE até que ajuda, mas não cura saudade

- Bons amigos serão sempre bons amigos, não importa quanto tempo a gente fique sem se ver, sem se falar e até sem ter notícias

- Nada melhor que ser livre
- Livros são ótimas companhias

- Choro guardado vira angústia. Se a garganta deu nó, melhor deixar as lágrimas caírem e lavar a alma de uma vez

- Sempre aparecem pessoas muito legais no nosso caminho

- Humildade é muito importante

- A gente sempre ainda tem muito o que aprender...

quinta-feira, 3 de junho de 2010

O Poderoso Chefão

Esses dias me deu uma crise cult e decidi que eu não poderia chegar aos 26 sem nunca ter assistido o super clássico "O Poderoso Chefão". Falei com meu namorado, que também nunca tinha assistido, e decidimos que assitiríamos a trilogia em três dias. Assim, na sequência, que seria óóóótimo.

Filmes providenciados. Sexta à noite. Primeira sessão. Nossaaaaa, que filme é esse??? O melhor filme de todos os tempos, muito, muito, muito bom mesmo! 

Sábado lá pro meio-dia: segunda sessão. O segundo filme. Passsada meia hora, meu olho estava meio pesado. Acho que estava cansada. Melhor parar, porque eu não quero ficar dormindo com um filmão desses passando, né?

Sábado lá pelas cinco da tarde: Vamos continuar. Mais uma hora de filme e, ai, que soninho... Virei para o lado para perguntar pro meu namorado o que ele achava de parar e, surpresa! Ele já estava virado pro outro lado, num soninho bem tranquilo... Tudo bem, amanhã é domingo mesmo, dá pra ver os dois filmes...

No domingo de manhã, mais uma tentativa. Acho que estou muito cansada esse final de semana. Deixemos o nosso desafio para o próximo....

Segunda, meu namorado me liga cedo: Thaís, eu estava olhando e ainda não estamos nem na metade do filme... Tem 300 minutos! 300 minutos????? São 5 horas de filme!!!!!! 

Será que eu sou a única pessoa que não consegue ficar 5 horas assistindo um filme sem tirar um cochilinho??? Normalmente eu até sou muito persistente com as coisas, mas acho que ando desistindo de ser cult!