A minha irmã tem um blog que se chama A Bonitona Encalhada (www.abonitonaencalhada.blogspot.com). Embora o nome tenha sido criado porque quando ela criou o blog ela ainda não tinha se casado, ela faz questão de enfatizar que encalhada é num sentido bem mais amplo. De qualquer forma, por várias vezes, o assunto casamento acaba vindo à tona.
Na última sexta-feira, a Laura, minha irmã, a Bonitona, que agora já desencalhou, colocou no seu blog um texto de uma outra bonitona, a Cris Guerra, dando a sua visão sobre casamentos. Esse texto diz uma coisa engraçada, que o segundo casamento é o que dá certo. Isso me incomodou um pouco. Na verdade, eu discordei. Em partes.
A Cris diz que o segundo casamento é o que dá certo porque o primeiro ensina muitas lições. E porque quando a gente se separa, aprende a gostar de ser sozinho, a gostar das nossas coisas, a saber que não dependemos do outro e que por isso, podemos deixar o outro livre, que podemos estar junto quando queremos, mas que também podemos estar muito bem se ficarmos um pouco sozinhos.
Como minha irmã escreveu no livro dela ("A Bonitona Encalhada", como o blog) eu já "meio que casei", que foi o jeito dela de dizer que eu tinha ido morar com meu namorado. E, se é assim, hoje eu digo que já "meio que me separei", que é a minha maneira de dizer que resolvi não morar com meu namorado mais. Mas, depois de 10 meses solteira, eu comecei a namorar de novo. O mesmo. O ex. Aquele com quem eu "meio que casei" e aquele de quem eu "meio que me separei". E as coisas agora parecem fluir de um jeito muito melhor, exatamente pelos motivos que a Cris Guerra disse.
Parece que a experiência anterior nos ensinou muitas lições. E no tempo que eu estive sozinha, eu aprendi a gostar de mim, aprendi a apreciar algumas coisinhas que eu faço sozinha, como correr, ler, assistir comédia romântica, olhar bolsas e sapatos no shopping, que são coisas assim, que ele não aaama fazer. E eu aprendi que se EU gosto de fazer isso, eu não tenho que ficar triste se ele não quer fazer isso comigo, eu vou sozinha mesmo. E, se ele tem outro compromisso, eu posso ficar feliz, porque tenho tempo pra fazer essas coisas que eu adoro fazer sozinha. E ele pode ir tranquilo, fazer o que tem que fazer ou o que ele quer fazer. Assim, parece que a cobrança diminuiu, que estar junto é simplesmente uma escolha. É muito mais leve, muito mais legal assim.
Aí eu penso: mas será que é mesmo preciso se separar para perceber isso?
Acho que talvez a solução seja aprender tudo isso ANTES de se casar. Saber que você não PRECISA do outro, mas que você simplesmente quer estar com esse outro alguém. Saber que nem sempre vai ser fácil, que às vezes é preciso se calar, quando tem vontade de gritar. Esperar um tempinho. Conversar daqui a pouco.
Lembrar que o outro também pode gostar de ficar sozinho às vezes, e que isso definitivamente não significa que ele não gosta mais de você. É preciso cultivar novas amizades e manter aquelas que já existiam antes do casamento, descobrir o que se gosta de fazer sozinho e o que é gostoso fazer junto.
A Cris diz: "em meu primeiro casamento, entrei feliz, ao som dos Beatles..."
As revistas e os artigos sobre casamentos falam sobre o vestido, o véu, o sapato, a decoração, a igreja, as damas, os pagens, os padrinhos, o cerimonial, o salão, o buffet. As noivas entram nesse mundo, tentando fazer com que tudo saia perfeito. Mas, acho que algumas acabam se esquecendo que o casamento começa mesmo é depois da festa.
Não acho que é no segundo que dá certo. Mas acho que as lições da Cris devem sim ser aprendidas por quem pensa em se casar pela primeira, segunda, ou pela décima vez. Não adianta colocar todas as expectativas no outro, nem depositar a felicidade na esperança do "para sempre". É melhor viver cada dia de uma vez. O outro será companhia livre, agradável, para COMPARTILHAR alegria, amor, afeto...
Lindo texto. Cheio de verdades. Amei...
ResponderExcluirBeijos
BELEZA, THAÍS. VERDADEIRA LIÇÃO DE VIDA.
ResponderExcluirUM GRANDE E EMOCIONADO ABRAÇO.
ZELMA