sexta-feira, 9 de setembro de 2011
terça-feira, 6 de setembro de 2011
Respostas
Tudo bem que uma não resposta também é uma resposta, mas é uma resposta acompanhada de minhoquinhas que se alastram na minha cabeça.
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
Choro chorado
Ontem eu chorei. Chorei porque estava cansada. Chorei porque sou engasgada por natureza. Chorei pra desengasgar. Chorei pra depois rir de mim mesma e pra lembrar que ainda sei e ainda posso chorar. Chorei porque sinto, porque meu coração bate, ora calmo, ora apertado. Chorei porque sou gente, menina mimada, mas não malcriada, apenas muito querida. Chorei um choro chorado, doído, de coração machucado, de vida que pede mais, de mudanças que precisam vir. Chorei porque não sei ouvir desaforo calada, porque ainda sou brava, baixinha invocada e preciso melhorar. Chorei pra materializar angústia e derrubá-la pra fora, tirá-la de mim. Chorei pra chorar e poder voltar a sorrir!
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
Um pouco de paz
Hoje eu queria deitar e ver estrelas. Sentir a lua. Ouvir grilos. Queria estar no meio do mato, do nada. Ir fazer xixi com medo de achar perereca no vaso. Amanhã queria acordar e ouvir o galo cantando. Levantar cedo, tirar o leite da vaca. Queria mexer na horta, sujar a mão de terra, andar descalça e até pegar bicho de pé. À tarde eu queria deitar na rede, ler um livro. À noite, jogar baralho, tomando canja quente e jogando buraco, até o soninho chegar...
quinta-feira, 30 de junho de 2011
He just felt like running
Talvez assim seja um dos jeitos de deixar a inspiração vir, ou fluir.
Não dá pra sempre ter um propósito racional. Por que não fazer as coisas simplesmente porque temos vontade?
Não dá pra sempre saber o que vem depois. Mas, já que chegamos até aqui, por que não avançar um pouco mais?
A vida sempre se encarrega de fazer acontecer. No tempo dela. Do jeito dela. E geralmente é surpreendente e quando a gente menos espera.
O que eu mais gosto no filme "Forrest Gump" é a inocência e a pureza que Forrest conserva ao longo de todas as suas aventuras. Em qualquer contexto, o que importa não são os protocolos. Forrest simplesmente se atém a seus valores, às suas vontades, às suas verdades. E acerta por ter valores fortes, grandes e certos.
Forrest tem um grande amor. Ele sabe o que é o amor. É um amigo fiel. Diz sempre a verdade. O resto caminha sozinho, acontece.
E, se o tema é inspiração, pra mim, não dá pra pensar em filme mais inspirador, pra falar de vida, de aventura e, não posso negar, de amor...
Pronto! Já falei uma música e um filme. Tá faltando um livro.
quarta-feira, 29 de junho de 2011
Recordar é viver
Uma das músicas que fazem parte da minha história e que me faz lembrar uma pessoa querida...
domingo, 26 de junho de 2011
Estranhidão
O que às vezes me deixa encucada é que parece que nem sempre o que eu quero coincide com o que eu quero querer.
quinta-feira, 23 de junho de 2011
Inspiração
E já que o assunto andava em torno da criatividade (ou da falta dela), eis que uma grande amiga me aparece com inspiração:
quarta-feira, 4 de maio de 2011
Aspas
Não é que eu seja totalmente sem criatividade ou sem inspiração. É que pra tudo que eu quero dizer acabo descobrindo que alguém já escreveu de um jeito bem mais bonito antes. Aí, acho que genial mesmo foi quem inventou as aspas.
quinta-feira, 28 de abril de 2011
Mais uma de amor
Com o casamento real se aproximando, o tal do tema casório volta à tona. É um casamento de conto de fadas, com rainha e príncipes de verdade e todos os ingredientes dignos do mais lindo "felizes para sempre".
Tenho várias amigas e irmã e primas que se casaram recentemente e não tenho absolutamente nada contra casamentos. Acho lindo e em todos esses casamentos os noivos pareciam realmente apaixonados, com boas perspectivas de escreverem não só finais, mas também histórias inteiras de vida em comum feliz de verdade.
Por outro lado, vejo amigas solteiras, sem namorado e sem perspectivas concretas de receberem um anelzinho de "para sempre", pelo menos no curto prazo. Minha irmã é especialista no assunto e escreve de um jeito muito leve sobre as desventuras e angústias dessas tais "sem perspectivas", que ela chama de "bonitonas encalhadas".
Bem, depois que minha irmã se casou, ouvi gente dizendo por aí que herdei o cargo, que eu seria agora a própria "bonitona encalhada". O que acho engraçado é que estou quase chegando aos 27, não tenho namorado e talvez eu devesse estar começando mesmo a me preocupar. Mas, bem sinceramente, esse tipo de preocupação anda longe dos meus pensamentos. E, vendo algumas amigas tão angustiadas, comecei a me questionar o porquê desse meu "desleixo", apesar de ter certeza absoluta de que continuo tão romântica quanto sempre fui.
Pra mim, o que parece que as pessoas não vêem é que, por mais que um amor pra vida toda seja muito bom e muito lindo, não é a única possibilidade para ser feliz. Os amores não eternos também são gostosos e especiais. Têm um sabor diferente e também podem preencher vazios. São amores de momento, é verdade, mas o que é a vida da gente, se não a junção de vários momentos? São amores de momento E de verdade.
Acho que quando as pessoas lêem o poema de Vinícius, se prendem ao "que seja infinito enquanto dure" porque sempre pensam só nos amores do presente, mas se esquecem do "que eu possa lhe dizer do amor (que tive)", que remete exatamente ao preenchimento que os amores vividos, mesmo que não tenham durado para sempre, proporcionam.
Amores passados também dão a sensação de vida bem vivida e enchem nossa memória de boas lembranças.
Amores não eternos são como sorvete. São saborosos, mas não dá pra guardar, se não derrete sem que a gente consiga experimentar. E se a gente deixa no congelador tempo demais, vence, perde a cremosidade, aquela textura gostosa de sorvete novo. Esses amores têm que ser consumidos no tempo certo, e melhor ainda se der pra se lambuzar. Quando acabar, acabou, deixa gosto de queria mais. Ou não. A gente pode simplesmente ficar com vontade de provar outro sabor.
Fico triste quando as pessoas acham que não vale, que não era de verdade só porque não durou pra sempre. E amores passados não precisam virar inimigos, não precisamos manter sempre longe, como se fossem venenos. Se bem resolvidos, esses amores podem virar amizades verdadeiras e leais e a gente pode acabar extraindo muito das pessoas que acabaram nos conhecendo profundamente, quando nos dispusemos a nos entregar a elas inteiramente. Esses amores podem inclusive nos ajudar a descobrir faces de nós que, sozinhos, não conseguiríamos ver e, se não é um amor só, as faces que descobrimos são múltiplas e riquíssimas.
Ou seja, viver muitos amores (cada um em seu tempo, que fique bem claro) é uma forma de se descobrir e descobrir várias maneiras de inclusive ser feliz sem um amor pra vida inteira.
Desejo que William e Kate sejam realmente tão felizes quanto uma história de uma princesa e um príncipe promete. Mas, pra quem não encontrou um grande amor, o meu desejo é que descubra, assim como eu, que também é possível ser muito feliz sem se casar, porque uma vida sem um marido, é muito diferente de uma vida sem amor.
Ou seja, viver muitos amores (cada um em seu tempo, que fique bem claro) é uma forma de se descobrir e descobrir várias maneiras de inclusive ser feliz sem um amor pra vida inteira.
Desejo que William e Kate sejam realmente tão felizes quanto uma história de uma princesa e um príncipe promete. Mas, pra quem não encontrou um grande amor, o meu desejo é que descubra, assim como eu, que também é possível ser muito feliz sem se casar, porque uma vida sem um marido, é muito diferente de uma vida sem amor.
terça-feira, 19 de abril de 2011
Muda nada...
E lendo a descrição que faço de mim mesma, me surpreendo com a minha cara de pau em achar que sou uma "metamorfose ambulante". Porque o mundo gira, gira, gira, o tempo passa, as coisas mudam e eu vejo que continuo a mesma apaixonada de sempre.
Apaixonada sim, não só por alguém, mas pela vida, pela vontade eterna de me reinventar de tentar descobrir novos caminhos. Sou uma eterna inconformada, uma indignada, uma bomba sempre prestes a explodir, seja de amor ou de raiva, o que importa pra mim é que a vida seja sempre emoção!
É a emoção de sentir o ventinho no rosto, é ter uma cabeça que não pára um segundo, e um coração que sempre me faz lembrar que eu tenho coração, porque ta sempre sentindo alguma coisa.
E é esse mesmo coração que me faz ser às vezes chorona demais, ou risonha demais, ou bravinha demais ou qualquer coisa demais. Sim, eu não sou meio nada. Eu sou sempre inteiro qualquer coisa. E gosto é assim mesmo. Pronto!
quinta-feira, 14 de abril de 2011
Enfim: uma desculpa!
Eis que, na minha entretida leitura de Rubem Alves, me deparo com a desculpa perfeita para a falta de inspiração que às vezes deixa o Blog por dias e dias sem novos posts:
"As nossas experiências verdadeiras não são tagarelas. Elas não poderiam se comunicar, mesmo que quisessem. Isto é, faltam-lhes a palavra. Tudo aquilo para que temos palavras é porque já fomos além. Em toda fala há uma pitada de desprezo. Parece que a linguagem foi inventada apenas para aquilo que é médio, comunicável."
Ufa! Posso dormir mais feliz...
domingo, 10 de abril de 2011
sábado, 9 de abril de 2011
Tempestade
"Já observaram os urubus - como eles voam em meio à ventania? Eles nem batem as asas. Apenas deixam-se levar, flutuam."
(Rubem Alves, em Variações sobre o Prazer)
terça-feira, 29 de março de 2011
Ousadia
Ousar é fazer aquilo que todo mundo acha que é loucura, mas que seu coração diz que vai te fazer mais feliz.
domingo, 27 de março de 2011
sábado, 26 de março de 2011
quarta-feira, 23 de março de 2011
domingo, 6 de fevereiro de 2011
Um pouco de Pessoa para as pessoas
O Mistério das Cousas
"Há Metafísica bastante em não pensar em nada.
O que penso eu do mundo?
Sei lá o que penso do mundo!
Se eu adoecesse pensaria nisso.
Que idéia tenho eu das cousas?
Que opinião tenho sobre as causas e os efeitos?
Que tenho eu meditado sobre Deus e a alma
E sobre a criação do Mundo?
Não sei. Para mim pensar nisso é fechar os olhos
E não pensar. É correr as cortinas
Da minha janela (mas ela não tem cortinas).
O mistério das cousas? Sei lá o que é mistério!
O único mistério é haver quem pense no mistério.
Quem está ao sol e fecha os olhos,
Começa a não saber o que é o sol
E a pensar muitas cousas cheias de calor.
Mas abre os olhos e vê o sol,
E já não pode pensar em nada,
Porque a luz do sol vale mais que os pensamentos
De todos os filósofos e de todos os poetas.
A luz do sol não sabe o que faz
E por isso não erra e é comum e boa.
Metafísica? Que metafísica têm aquelas árvores?
A de serem verdes e copadas e de terem ramos
E a de dar fruto na sua hora, o que não nos faz pensar,
A nós, que não sabemos dar por elas.
Mas que melhor metafísica que a delas,
Que é a de não saber para que vivem
Nem saber o que não sabem?
"Constituição íntima das cousas"...
"Sentido íntimo do Universo" ...
Tudo isto é falso, tudo isto não quer dizer nada.
É incrível que se possa pensar em cousas dessas,
É como pensar em razões e fins
Quando o começo da manhã está raiando, e pelos lados das árvores
Um vago ouro lustroso vai perdendo a escuridão.
Pensar no sentido íntimo das cousas
É acrescentado, como pensar na saúde
Ou levar um copo à água das fontes.
O único sentido íntimo das cousas
É elas não terem sentido íntimo nenhum.
Não acredito em Deus porque nunca o vi.
Se ele quisesse que eu acreditasse nele,
Sem dúvida que viria falar comigo
E entraria pela minha porta dentro
Dizendo-me, Aqui estou!
(Isto é talvez ridículo aos ouvidos
De que, por não saber o que é olhar para as cousas,
Não compreende quem fala delas
Com o modo de falar que reparar para elas ensina.)
Mas se Deus é as flores e as árvores
E os montes e sol e o luar,
Então acredito nele,
Então acredito nele a toda a hora,
E a minha vida é toda uma oração e uma missa,
E uma comunhão com os olhos e pelos ouvidos.
Mas se Deus é as árvores e as flores
E os montes e o luar e o sol,
Para que lhe chamo eu Deus?
Chamo-lhe flores e árvores e montes e sol e luar;
Porque, se ele se fez, para eu o ver,
Sol e luar e flores e árvores e montes,
Se ele me aparece como sendo árvores e montes
E luar e sol e flores,
É que ele quer que eu o conheça
Como árvores e montes e flores e luar e sol.
E por isso eu obedeço-lhe,
(Que mais sei eu de Deus que Deus de si próprio?),
Obedeço-lhe a viver, espontaneamente,
Como quem abre os olhos e vê,
E chamo-lhe luar e sol e flores e árvores e montes,
E amo-o sem pensar nele,
E penso-o vendo e ouvindo,
E ando com ele a toda a hora. "
Alberto Caeiro (Fernando Pessoa)
"Há Metafísica bastante em não pensar em nada.
O que penso eu do mundo?
Sei lá o que penso do mundo!
Se eu adoecesse pensaria nisso.
Que idéia tenho eu das cousas?
Que opinião tenho sobre as causas e os efeitos?
Que tenho eu meditado sobre Deus e a alma
E sobre a criação do Mundo?
Não sei. Para mim pensar nisso é fechar os olhos
E não pensar. É correr as cortinas
Da minha janela (mas ela não tem cortinas).
O mistério das cousas? Sei lá o que é mistério!
O único mistério é haver quem pense no mistério.
Quem está ao sol e fecha os olhos,
Começa a não saber o que é o sol
E a pensar muitas cousas cheias de calor.
Mas abre os olhos e vê o sol,
E já não pode pensar em nada,
Porque a luz do sol vale mais que os pensamentos
De todos os filósofos e de todos os poetas.
A luz do sol não sabe o que faz
E por isso não erra e é comum e boa.
Metafísica? Que metafísica têm aquelas árvores?
A de serem verdes e copadas e de terem ramos
E a de dar fruto na sua hora, o que não nos faz pensar,
A nós, que não sabemos dar por elas.
Mas que melhor metafísica que a delas,
Que é a de não saber para que vivem
Nem saber o que não sabem?
"Constituição íntima das cousas"...
"Sentido íntimo do Universo" ...
Tudo isto é falso, tudo isto não quer dizer nada.
É incrível que se possa pensar em cousas dessas,
É como pensar em razões e fins
Quando o começo da manhã está raiando, e pelos lados das árvores
Um vago ouro lustroso vai perdendo a escuridão.
Pensar no sentido íntimo das cousas
É acrescentado, como pensar na saúde
Ou levar um copo à água das fontes.
O único sentido íntimo das cousas
É elas não terem sentido íntimo nenhum.
Não acredito em Deus porque nunca o vi.
Se ele quisesse que eu acreditasse nele,
Sem dúvida que viria falar comigo
E entraria pela minha porta dentro
Dizendo-me, Aqui estou!
(Isto é talvez ridículo aos ouvidos
De que, por não saber o que é olhar para as cousas,
Não compreende quem fala delas
Com o modo de falar que reparar para elas ensina.)
Mas se Deus é as flores e as árvores
E os montes e sol e o luar,
Então acredito nele,
Então acredito nele a toda a hora,
E a minha vida é toda uma oração e uma missa,
E uma comunhão com os olhos e pelos ouvidos.
Mas se Deus é as árvores e as flores
E os montes e o luar e o sol,
Para que lhe chamo eu Deus?
Chamo-lhe flores e árvores e montes e sol e luar;
Porque, se ele se fez, para eu o ver,
Sol e luar e flores e árvores e montes,
Se ele me aparece como sendo árvores e montes
E luar e sol e flores,
É que ele quer que eu o conheça
Como árvores e montes e flores e luar e sol.
E por isso eu obedeço-lhe,
(Que mais sei eu de Deus que Deus de si próprio?),
Obedeço-lhe a viver, espontaneamente,
Como quem abre os olhos e vê,
E chamo-lhe luar e sol e flores e árvores e montes,
E amo-o sem pensar nele,
E penso-o vendo e ouvindo,
E ando com ele a toda a hora. "
Alberto Caeiro (Fernando Pessoa)
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
Não é uma questão de não saber ler
Quando eu pergunto uma coisa, não quero saber qual é a norma, quero saber a sua opinião.
sábado, 15 de janeiro de 2011
No caminho - Parte 3: Quando a menina foi apresentada ao Uzbequistão
A menina não precisou ir até o Uzbequistão. Ninguém precisa ir a Paris para conhecer o Louvre, ou a Barcelon pra conhecer as obras de Gaudí, a Londres conhecer o Big Ben ou a Nova York pra ver a estátua da Liberdade. Geralmente, as pessoas viajam para esses lugares só pra ver de novo o que já viram em fotos e postais, ou pra confirmar algumas outras coisas sobre as quais já ouviram falar.
Mas, com o Uzbequistão foi diferente. A maioria das pessoas precisaria efetivamente ir ao Uzbequistão pra saber alguma coisa de lá. Ou talvez procurar no Google. Porque do Uzbequistão a gente nunca viu foto, a gente mal ouviu falar. E a maior parte da gente não conhece ninguém que já foi até lá.
Parece só uma terra muito, muito distante, onde tudo deve ser bem diferente daqui. E, lendo uma entrevista, a menina descobriu que nem a Glória Maria conhece o Uzbequistão. Ou seja, nunca passou nada sobre esse lugar no Fantástico.
Mas, essa menina tem amigos viajados. E foi de uma grande amiga (dessas que é fácil saber que é pra vida toda) que ela foi ouvindo histórias de uma economia não estabilizada, onde todo mundo parece ter muito dinheiro, mas na verdade, todo mundo tem muito dinheiro que vale muito pouco. E descobriu que não, não é em todo lugar do mundo que você vai achar muitas maquininhas de cartão de crédito e ficar tranquila com aquele quadradinho de plástico que a gente, mal acostumada, sempre leva na carteira, como se fosse a solução pra tudo.
E ouviu histórias ainda mais legais de grandes imperadores, maiores que Alexandre, o Grande (que, não neguemos, tem sua parcela de inspiração para este blog). Enfim, imperadores muito importantes para aquela gente e que a gente do ocidente, inocentemente, nunca ouviu falar.
E seu chão se abriu. A menina novamente se tocou e ficou pensando que a internet faz o mundo parecer pequeno, mas que ele continua grande e que a história toda que se estuda e da qual mais se sabe é, simplesmente, restrita demais.
Ela ficou pensando nas religiões diferentes que existem por lá e descobriu que é no Uzbequistão que está o túmulo de Jó. Foi quando se tocou que, além de que os escravos desse homem jogavam caxangá, ela não sabia mais nada sobre ele.
Curiosa, descobriu que Jó é uma figura do antigo testamento, um cara que tinha tudo, e amava a Deus sobre todas as coisas. Um dia Jó perdeu tudo, e continuou bendizendo o nome do senhor. E continuou perdendo tudo e continuou bendizendo o nome do senhor. Aí, a menina acabou entendendo também o porquê da expressão "paciência de Jó".
A apresentação do Uzbequistão não levou a menina só a saber um pouquinho mais sobre o Uzbequistão. Ela pensou nos outros "istãos" sobre os quais ela não sabe quase nada, e sobre tantos lugares distantes, com vidas, e políticas, e economias, e crenças, e danças, e cantos, e jeitos e verdades tão diferentes, sobre os quais nada, ou muito pouco ela sabe.
E a menina sentiu-se feliz, por ter relembrado o tamanho da sua ignorância e abriu seu coração, pensando que, se o mundo é tão grande, nele ainda cabem muitas coisas novas pra ela imaginar!
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
No caminho - Parte 2 : A menina resolve refletir sobre o amor
A menina decidiu não pensar muito mais sobre o assunto.
Porque amor não é teoria, amor é prática.
Porque amor não é teoria, amor é prática.
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
Por um céu de preás
"Baleia queria dormir. Acordaria feliz, num mundo cheio de preás. E lamberia as mãos de Fabiano, um Fabiano enorme. As crianças se espojariam com ela, rolariam com ela num pátio enorme, num chiqueiro enorme. O mundo ficaria todo cheio de preás, gordos, enormes.”
(Graciliano Ramos - Vidas Secas)
Ao Lippe, o cachorro mais perto de meu que já tive. Para que encontre seu céu de preás, com uma Paty, uma Aninha e um Dudu bem grandes, enormes, pra brincar.
Pisca-pisca
“A vida, Senhor Visconde, é um pisca-pisca. A gente nasce, isto é, começa a piscar. Quem pára de piscar, chegou ao fim, morreu. Piscar é abrir e fechar os olhos – viver é isso. É um dorme-e-acorda, dorme-e-acorda, até que dorme e não acorda mais. A vida das gentes neste mundo, senhor sabugo, é isso. Um rosário de piscadas. Cada pisco é um dia. Pisca e mama. Pisca e anda. Pisca e brinca. Pisca e estuda. Pisca e ama. Pisca e cria filhos. Pisca e geme os reumatismos. Por fim, pisca pela última vez e morre.
- E depois que morre – perguntou o Visconde.
- Depois que morre, vira hipótese. É ou não é?”
- E depois que morre – perguntou o Visconde.
- Depois que morre, vira hipótese. É ou não é?”
(Monteiro Lobato em Memórias de Emília)
É ruim receber notícia triste logo assim no começo do ano. E ontem foi assim: triste. Porque o que a gente espera é que todo mundo só pare de piscar depois de piscar e gemer os reumatismos...
Mas, não. Estava faltando alguém ali. Alguém que não tinha tido osteoporose ainda. O que organizava o futebol. O que chamava todo mundo pro churrasco.
E não tinha ninguém para contar melhor o que tinha acontecido. Todos buscaram notícias. Todos queriam entender. Todos criavam hipóteses, sabendo que seriam sempre só hipóteses. E estava difícil acreditar.
Ar pesado, coração doído, o dia foi passando e a cadeira continuava mesmo vazia. Era isso: dormiu e não acordou mais.
É pra pensar na vida. É pra fazer acreditar que existe algo além. E a nós, só resta rezar, pedindo pra estar tudo bem.
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