A menina resolveu andar por aí. Andou por terras distantes e fez coisas que sempre sonhara, como um boneco de neve ou uma aula de surf. Sentiu a alegria de redescobrir a sensação de crianças procurando um meio de se divertir, inventando uma brincadeira qualquer, por mais chato que o ambiente possa parecer.
Respirou poesia com Pessoa, Saramago, Clarice Lispector e Cora Coralina. Lembrou-se que as pessoas podem ser múltiplas, que são humanas e assim devem se encarar. Que podem ser ora tristes, ora felizes, e que, não importa quantos anos se tenha, nunca é tarde demais para realizar.
No caminho, aquela menina matou muitas saudades. Viu pessoas que a conheciam desde quando nem ela mesma sabia quem ela era, ou quem poderia ser. Descobriu que essas pessoas devolviam a ela a sensação de que ela sempre FOI. Sempre esteve aqui. E continua. Mas que nem sempre foi exatamente assim.
A menina conseguiu perceber que muita coisa havia realmente mudado, mas também encontrou muita coisa que continuava igualzinha ali dentro. Achou que tem coisa que não muda porque não precisa mudar.
E também viu que nem sempre é fácil fazer os outros perceberem que tem coisas que não são mais.
Constatou: as pessoas melhoram, revêem conceitos e atitudes, aprendem a lidar consigo mesmas, com seus sentimentos e os dos outros e passam a compreender melhor a si mesmas e aos que as rodeiam. Mas, os desafios estão sempre aparecendo.
Há sempre muito a descobrir. No mundo e em nós.
Thais,
ResponderExcluirA coragem de fazer o que se quer ou que se possa fazer carrega em si mesma a força e a magia da (re)descoberta. Cada um de nós é unico, com nossos medos e alegrias, com conversas e batalhas...mas ao mesmo tempo indistintos pois nos reconfortamos em um só lugar. Um lugar, não, o lugar, que sempre estará lá, sempre esteve e jamais nos deixará: familia. O lugar para se reencontrar, reconhecer nossos valores, matar saudades e ter certeza que, mais dia menos dia, estaremos lá...